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Arquitetos: SIGNAL | Architecture + Research
- Área: 1 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Gabe Border
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Fabricantes: Blaze King, Clopay, Juniper Design, Richards Wilcox, Taylor Metal Products
Descrição enviada pela equipe de projeto. Essa história começa por volta do final do século, quando Jim Murtha, um imigrante irlandês, em parceria com Frank Monahan, iniciou a criação de ovelhas, no que seria conhecido como Rancho Murtha. O negócio atingiu o pico durante a Grande Guerra, quando o exército precisava de cobertores, mas a vida em Cottonwood Canyon mudou após a depressão, e o celeiro ficou vazio. Anos mais tarde, os Parques Estaduais de Oregon receberam a propriedade privada de 3.200 hectares (8.000 acres), localizada próxima ao John Day River, como doação.
Num mero ponto no mapa, a 40 km (25 milhas) de qualquer posto de gasolina e a 80 km (50 milhas) da cidade mais próxima, o local exigia delimitações. Para formalizar o parque, a comissão dos Parques Estaduais de Oregon encomendou o Centro de Experiência Cottonwood Canyon. O Centro é mais que um local sustentável para pesquisa, comemoração e aprendizado, ele se tornou a conexão entre o perímetro urbano e rural do centro de Oregon.
Em consonância com a missão dos Parques Estaduais de Oregon de não deixar vestígios e trabalhar com foco em pesquisas acessíveis e adaptáveis, a estratégia do projeto foi aproveitar tudo o que a natureza do entorno tinha a oferecer, visando técnicas que não demandassem muita tecnologia, e aproveitassem a tecnologia existente, para minimizar o uso de energia e resistir ao tempo. As portas alocadas nas faces opostas do Centro de Experiência possibilitam a ventilação cruzada e a cobertura translúcida reduz a demanda de iluminação artificial diurna. A iluminação por lâmpadas LED e um painel solar na cobertura minimizam as necessidades de energia.
O edifício possui um calefator de baixa emissão, que atende aos critérios de emissão de 2020, para queima de madeira a 1,83 gramas/hora. O revestimento do volume foi feito em zimbro, material resistente a insetos e a decomposição, comum em Oregon. O fechamento de metal faz uma releitura do revestimento dos celeiros da região, além de suportar os verões quentes e invernos frios. Já o piso de concreto é resistente e de fácil limpeza. Nenhum desses materiais precisa de pintura ou manutenção, e sua aparência apenas melhora ao longo do tempo. Os espaços internos foram configurados para serem o mais adaptáveis possível, considerando o menor impacto no local. As grandes portas permitem que o edifício dobre de tamanho, atendendo às necessidades da ampla gama de pesquisas, que o centro hospeda. O Centro de Experiência foi projetado para se ajustar à paisagem em que se encontra, sendo resiliente, rígido e auto-suficiente.
O edifício atende a necessidade de acolhimento e abriga o recém-criado parque, mas também, faz mais do que isso, ao oferecer espaço para salas de aula, exposições interativas, áreas de reunião e uma biblioteca específica para o parque. O Centro de Experiência é envolvente, adaptável e está incentivando a inovação, desde alunos do ensino fundamental às agências de conservação de Oregon e instituições de pesquisa privadas.
Além disso, o Centro se tornou referência e refúgio para a exploração recreativa da paisagem do deserto. O local recebe o tráfego de cidades vizinhas e de médio porte da região, como The Dalles e Bend, e ajuda a manter os preços diários de aluguel em US$ 75 / por dia. A estrutura sustentável e específica para o local apresenta uma incrível variedade geográfica e socioeconômica, criando terreno fértil para experimentar e pesquisar a natureza, onde antes havia apenas um espaço vazio.